Secretaria de Estado da Educação trabalha para regionalizar produtos da alimentação escolar

 Com a amplitude do fornecimento por parte da agricultura familiar, a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura alinha o fornecimento de novos produtos e discute a regionalização


A Comissão da Agricultura Familiar da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) reuniu-se nesta quinta-feira, 21, em Aracaju, com os sócios das dez cooperativas de fornecimento de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar, com o objetivo de alinhar a regionalização da merenda escolar de acordo com a safra e entressafra e o que é produzido em cada território de Sergipe.

Foi colocado que o cenário atual das chamadas públicas nº 1 e nº 2 está na fase final, restando três entregas até o fim de 2023, orçado em R$ 6.373.684,61 em aquisição de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar. “Temos um resultado bom, positivo, um volume de recursos adquiridos da agricultura em torno de 22% até o momento, e pretendemos atingir a meta de 30%. A gente pretende que Sergipe seja o Estado que mais compra da agricultura familiar, proporcionalmente”, destacou o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral.

Ele ainda ressaltou que os bons resultados são frutos de um trabalho que tem sido desenvolvido em parceria ao longo deste ano e que já geram resultados exitosos. “São produtos de qualidade, direito do produtor para a escola, diminuindo o atravessador, tendo a cooperativa como um instrumento de economia solidária importante e capaz de fazer acontecer a economia de forma positiva em toda a região do estado”, explicou.

Quanto à questão da regionalização dos gêneros alimentícios, o gestor da Educação Estadual destacou que “regionalizar significa fortalecer os produtos de época, as safras, as frutas e tudo aquilo que é produzido pela agricultura familiar, que pode ser incorporado à merenda”.

A regionalização também foi discutida pela diretora do Departamento de Alimentação Escolar da Seduc, Lucileide Rodrigues, já que o planejamento para 2024 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) são R$ 24 milhões. “Vamos orientar casar a safra de um produto com a entressafra e também ver a aquisição de novos produtos”, indicou.

Foram discutidas as certificações de alguns produtos orgânicos e agroecológicos que já têm sido produzidos por cooperativas, a precificação de mercado, a logística de acordo com a regionalidade e a diversidade dos produtos e hortifrútis, a exemplo do melão amarelo, do repolho, da cenoura, do suco da mangaba como opções a serem avaliadas.  

Do campo para o empreendedorismo

Segundo Manoel Antônio Oliveira, sócio da Cooperativa Nordestina de assentados de reforma agrária de Sergipe, a aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar para a alimentação escolar está sendo considerada por todos satisfatória, já que, conforme Antônio, à medida que sai da condição do agricultor camponês para fornecedor, começa a se inserir no mercado institucional e no Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE).

Ele assegurou que, além de gerar renda e trabalho, há um caminho de capacitação para outros tipos de mercados, de certificação, de melhoria da produção, e o PNAE é um dos caminhos em torno de um novo olhar no campo. “É preponderante essa construção da Seduc em envolver a agricultura familiar no debate, na compreensão, construção e elaboração de outros produtos que temos no campo”, avaliou.

O sócio da Cooperativa de Poço Redondo (COOPAC), Jadson Lourenço, definiu a regionalização dos gêneros alimentícios da merenda escolar como uma nova janela que se abre para novos produtos até então não fornecidos, devido à grande demanda para o estado todo.

No que se refere à safra e entressafra, Jadson Lourenço disse ser um dos pontos mais positivos, já que uma cooperativa poderá fornecer determinado produto quando estiver na safra e a outra cooperativa, outro produto na entressafra, não deixando de fornecer para a alimentação escolar, diversificando e regionalizando com produtos da época.

“Agradeço ao Departamento de Alimentação Escolar em fazer essa leitura das limitações de cada cultura, para que não tenhamos problemas com o fornecimento ao fazer um pedido no momento em que a cultura está na sazonalidade, abre-se a possibilidade de colocar uma outra fruta e nova cultura no período de entressafra”, avaliou.

Fonte: Secretaria de Estado da Educação e da Cultura

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